Começa-se por certificar
que temos tempo disponível, persistência e paciência, ou seja, que a gula é mais
forte do que a perspectiva maçadora de ficar horas de volta da fritadeira.
Leva-se ao lume a
panela com água temperada com um pouco de manteiga, uma pitada de sal, casca de
limão. Assim que a manteiga estiver derretida junta-se a farinha de uma só vez
e mexe-se melhor que conseguir – um bracinho treinado de sopeira dá sempre
jeito.
Quando se consegue formar uma bola homogénea, coloca-se numa taça grande
e deixa-se esfriar – como não há paciência para compassos de espera, queima-se os
dedos na massa e vocifera-se uma palavra de baixo calão. Junta-se os ovos um
por um, tornando o preparado numa massa viscosa, mais do que supercola, mas que
pelas características nutritivas do ovo, até pode ser que faça de tratamento
hidratante para as mãos.
Abre-se uma
garrafa de vinho, e põe-se os cigarros à mão. Música ajuda o processo.
Chegou a hora de
fritar pequenas bolas de massa em óleo bem quem, mas em lume brando. É vê-los
dar cambalhotas enquanto crescem como se de crianças hiperactivas se tratasse.
E o processo
dura, dura, dura. Aqui não pode haver pressa, senão ficam ou crus, ou
queimados. Depois é só envolve-los numa mistura de açúcar e canela a gosto.
Perdoa-se o mal que faz, pelo bem que sabe.
agora fiquei com vontade...e se calhar vou ter que castigar uns ali na minha cozinha. hheheheh...a vociferar, claro!
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